Cisma do Ocidente
O grande Cisma do Ocidente ocorreu entre 1378 e 1417.
Já anteriormente tinham ocorrido divisões na Igreja Católica mas nenhuma delas com esta importância.
De 1308 a 1378 os papas deixaram Roma para se fixarem em Avinhão (Sul de França), inaugurando um período designado por "Cativeiro de Avinhão".
Nesta altura, a autoridade e o prestígio dos papas tinha decaído na Europa e, ao contrário dos séculos anteriores, não tinham autoridade para intervir nos assuntos da política internacional e, a nível interno de cada um dos reinos, essa ingerência era cada vez mais limitada.
Após a morte de Gregório XI, o conclave formado por 16 cardeais foi pressionado pelo povo que exigia um papa romano ou italiano.
Foi eleito o arcebispo de Bari que tomou o nome de Urbano VI. Apesar dos tumultos aquando da eleição, nada fazia prever o cisma.
A 9 de Agosto de 1378 os cardeais assinaram um documento declarando a eleição nula e a 20 de Setembro elegeram o cardeal de Genebra que tomou o nome de Clemente VII. Ambos os papas se declararam legítimos e excomungaram-se mutuamente. Consumou-se assim o cisma - Urbano VI ficou em Roma e Clemente VII instalou-se em Avinhão.
A Urbano VI sucederam Bonifácio IX (1389-1404), Inocêncio VII (1404-1406) e Gregório XII (1406-1415). A Clemente VII sucedeu Bento XIII (1406-1423).
O mundo católico dividiu-se entre apoiantes de Urbano VI e apoiantes de Clemente VII, de acordo com as alianças políticas ditadas pela Guerra dos Cem Anos. Clemente VII foi apoiado pelos reinos da França, Nápoles e mais tarde por Castela, Aragão, Lorena e Escócia. O imperador da Alemanha, o rei da Inglaterra e o conde da Flandres apoiaram Urbano VI.
Foram tentados vários processos para terminar com o cisma que ninguém queria.
Um dos processos foi o Concílio de Pisa. Este concílio depôs ambos os papas e elegeu Alexandre V (1409-1410) a quem sucedeu João XXIII (1410-1415).
A deposição não foi, no entanto, aceite e a partir desta altura coexistiram três papas. Em 1415, pelo Concílio de Constança, foi finalmente restabelecida a unidade religiosa. João XXIII foi deposto e aceitou humildemente a decisão, Gregório XII abdicou voluntariamente e Bento XIII foi excomungado.
Em 1417 foi eleito Martinho V que toda a Igreja reconheceu como sendo o papa legítimo.
O sucessor de Bento XIII, Clemente VIII, renunciou e terminou assim definitivamente com o cisma.
Portugal apoiou o papa que mais convinha às suas alianças políticas.
Manteve uma posição neutral até 1380, e em Janeiro deste ano D. Fernando anunciou, em Évora, a sua adesão a Avinhão.
A renovação da aliança portuguesa com Inglaterra levou a que em 1381 D. Fernando declarasse que reconhecia Urbano VI como sendo o papa legítimo. Após a morte de D. Fernando e com a crise de nacionalidade que se lhe seguiu, Portugal manteve-se fiel a Urbano VI, acusando os castelhanos de serem hereges e cismáticos por apoiarem Avinhão. A fidelidade portuguesa a Roma manteve-se até ao Concílio de Pisa, altura em que D. João I, acompanhando a posição da maioria dos países católicos, reconheceu o papa saído deste concílio.
Como referenciar este artigo:
Cisma do Ocidente. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-04-23].
Cronologia |
O grande Cisma do Ocidente ocorreu entre 1378 e 1417.
Já anteriormente tinham ocorrido divisões na Igreja Católica mas nenhuma delas com esta importância.
De 1308 a 1378 os papas deixaram Roma para se fixarem em Avinhão (Sul de França), inaugurando um período designado por "Cativeiro de Avinhão".
Nesta altura, a autoridade e o prestígio dos papas tinha decaído na Europa e, ao contrário dos séculos anteriores, não tinham autoridade para intervir nos assuntos da política internacional e, a nível interno de cada um dos reinos, essa ingerência era cada vez mais limitada.
Após a morte de Gregório XI, o conclave formado por 16 cardeais foi pressionado pelo povo que exigia um papa romano ou italiano.
Foi eleito o arcebispo de Bari que tomou o nome de Urbano VI. Apesar dos tumultos aquando da eleição, nada fazia prever o cisma.
A 9 de Agosto de 1378 os cardeais assinaram um documento declarando a eleição nula e a 20 de Setembro elegeram o cardeal de Genebra que tomou o nome de Clemente VII. Ambos os papas se declararam legítimos e excomungaram-se mutuamente. Consumou-se assim o cisma - Urbano VI ficou em Roma e Clemente VII instalou-se em Avinhão.
A Urbano VI sucederam Bonifácio IX (1389-1404), Inocêncio VII (1404-1406) e Gregório XII (1406-1415). A Clemente VII sucedeu Bento XIII (1406-1423).
O mundo católico dividiu-se entre apoiantes de Urbano VI e apoiantes de Clemente VII, de acordo com as alianças políticas ditadas pela Guerra dos Cem Anos. Clemente VII foi apoiado pelos reinos da França, Nápoles e mais tarde por Castela, Aragão, Lorena e Escócia. O imperador da Alemanha, o rei da Inglaterra e o conde da Flandres apoiaram Urbano VI.
O grande Cisma do Ocidente |
Foram tentados vários processos para terminar com o cisma que ninguém queria.
Um dos processos foi o Concílio de Pisa. Este concílio depôs ambos os papas e elegeu Alexandre V (1409-1410) a quem sucedeu João XXIII (1410-1415).
A deposição não foi, no entanto, aceite e a partir desta altura coexistiram três papas. Em 1415, pelo Concílio de Constança, foi finalmente restabelecida a unidade religiosa. João XXIII foi deposto e aceitou humildemente a decisão, Gregório XII abdicou voluntariamente e Bento XIII foi excomungado.
Em 1417 foi eleito Martinho V que toda a Igreja reconheceu como sendo o papa legítimo.
O sucessor de Bento XIII, Clemente VIII, renunciou e terminou assim definitivamente com o cisma.
Portugal apoiou o papa que mais convinha às suas alianças políticas.
Manteve uma posição neutral até 1380, e em Janeiro deste ano D. Fernando anunciou, em Évora, a sua adesão a Avinhão.
A renovação da aliança portuguesa com Inglaterra levou a que em 1381 D. Fernando declarasse que reconhecia Urbano VI como sendo o papa legítimo. Após a morte de D. Fernando e com a crise de nacionalidade que se lhe seguiu, Portugal manteve-se fiel a Urbano VI, acusando os castelhanos de serem hereges e cismáticos por apoiarem Avinhão. A fidelidade portuguesa a Roma manteve-se até ao Concílio de Pisa, altura em que D. João I, acompanhando a posição da maioria dos países católicos, reconheceu o papa saído deste concílio.
Como referenciar este artigo:
Cisma do Ocidente. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-04-23].
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