quinta-feira, 26 de agosto de 2010

BIOGRAFIA: S. DOMINGOS DE GUSMÃO

São Domingos de Gusmão 
Fundador dos Frades Pregadores, nasceu em 1170, em Calaruega, Castela, e morreu a 6 de Agosto 1221, em Bolonha, Itália. Descendentes da nobreza castelhana, os seus pais eram Felix Gusmão e Joana de Aza, esta última beatificada por Leão XII, em 1828. 
Os três filhos do casal distinguiram-se por uma extraordinária santidade. 
António foi padre secular e, depois de distribuir os seus bens pelos pobres, retirou-se para um hospital onde se dedicou a tratar os doentes. 
Seguindo os passos de São Domingos, o outro irmão Manés foi frade pregador e beatificado por Gregório XVI. 
São Domingos entrou na Universidade de Palência, onde, durante dez anos, prosseguiu os seus estudos com tanta força de vontade e sucesso que suscitou a admiração de todos.
 Contrastando com a habitual vida universitária, São Domingos destacava-se por uma austeridade na sua maneira de viver e por uma consciência invulgar das desgraças alheias, tendo chegado a vender os seus livros de estudo, anotados pelo seu punho, para ajudar os famintos de Palência. 
O seu biógrafo e contemporâneo, Bartolomeu de Trent, narra que São Domingos se quis vender como escravo para obter dinheiro para libertar aqueles que tinham sido capturados pelos mouros
. Não existem dados sobre a sua data de ordenação e, no seu processo de canonização, Estevão, Prior Provincial da Lombardia, atesta que São Domingos era ainda aluno em Palência quando o Bispo de Osma o chamou a participar na reforma do capítulo da Catedral. 
Com a nomeação de D. Diego d'Azevedo para o Bispado de Osma, em 1201, São Domingos foi promovido a prior do capítulo e, como cónego de Osma, passou nove anos da sua vida retirado em contemplação, pouco saindo da Casa do Capítulo. 
Quando o rei Afonso IX de Castela encarregou o bispo de Osma de pedir a mão da filha de um rei dinamarquês para o seu filho Fernando, São Domingos foi escolhido para o acompanhar na missão.
 Durante a viagem e testemunhando os resultados da doutrina herética albigense na região de Tolosa, São Domingos teve a ideia de fundar uma ordem para combater a heresia e espalhar o Evangelho pelos lugares mais recônditos do mundo conhecido de então. 
D. Diego e São Domingos foram encarregues de acompanhar a princesa nubente a Castela, mas a morte da jovem libertou-os da tarefa. 
Resolvendo ir para Roma, onde chegaram nos finais de 1204, D. Diego pediu a sua demissão para partir para terras distantes, em conversão dos infiéis. 
Recusada a sua pretensão, foram ambos enviados para o Languedoque para ajudarem os Cistercienses a combater os Albigenses.
 Os hábitos indulgentes dos monges de Cister contrastavam com os hábitos ascéticos dos Albigenses, o que dava a estes últimos uma grande vantagem na conversão do povo.
 São Domingos e D. Diego aconselharam-lhes uma forma de vida mais austera fazendo-os ter mais sucesso na sua missão apostólica. 
Aproveitando todos os confrontos de discussão teológica com os heréticos, estes últimos não conseguiram levar a melhor nos seus argumentos e, impedidos de prejudicar a pregação de São Domingos, passaram a insultá-lo e a ameaçá-lo de violência física. Consciente da necessidade de criar uma instituição que protegesse as mulheres da influência dos heréticos, dado que muitas delas já tinham sido convertidas ao Albigensianismo e eram as suas mais fiéis propagandistas, São Domingos estabeleceu os conventos de Prouille, em 1206, e de São Sisto, em Roma e fundou a Ordem Segunda de São Domingos, a Ordem das Monjas Dominicanas, em 1207. 
Com a perseguição aos heréticos desencadeada pelo assassinato, em 1208, do legado cisterciense Pedro de Castelnau, São Domingos acompanhou o exército católico, tentando proteger as mulheres e as crianças, conciliando os heréticos vencidos e trabalhando para a restauração da religião e moral cristãs.
 A vitória da batalha de Muret, em 1213, é atribuída às orações miraculosas de São Domingos. 
A atribuição da fundação da Inquisição a São Domingos, que é também considerado o primeiro Inquisidor, é de veracidade duvidosa já que esta instituição estava a funcionar em 1198, sete anos antes do apostolado do santo no Languedoque, quando ele era ainda um obscuro cónego.
A fama de santidade e de clérigo culto levaram a que lhe fossem propostos muitos bispados, como foi o caso de Béziers e Navarra, mas o santo recusou todos esses cargos. Não esquecendo o seu objectivo de fundar uma ordem para combater a heresia, São Domingos instituiu o primeiro convento da Ordem dos Pregadores, em Tolosa, em 1215, mas não conseguiu que o Concílio Ecuménico de Roma de 1215 aprovasse a nova ordem, apesar da ordem de trabalhos deste concílio ir de encontro aos objectivos de São Domingos. 
De volta ao Languedoque, o santo e os seus seguidores adoptaram a Regra de Santo Agostinho antes de verem confirmada a ordem por Bula papal de Honório III, em 1216. Pregando em várias igrejas de Roma e perante a corte papal, São Domingos recebe o título de Mestre do Palácio Sagrado, mais conhecido por Teólogo do Papa, cargo este que tem pertencido aos membros desta ordem.
Nos fins de 1218, São Domingos, acompanhado por alguns dominicanos, partiu para Espanha, visitando no caminho Bolonha, Prouille, Tolosa e Fanjeaux. 

Estabeleceu vários conventos em Espanha e, na sua volta para Roma, em França e depois em Itália. 
Organizou os dois primeiros Capítulos Gerais em Bolonha, em 1220 e 1221, num dos quais se quis demitir do seu lugar de Mestre, o que não foi aceite pelos restantes membros da comunidade, ficando a dirigir a Ordem até ao fim da sua vida. 
Durante uma cruzada de pregação pela Lombardia, onde se fazia sentir a ameaça da heresia, São Domingos converteu pelos seus sermões e pelos seus muitos milagres cerca de 100 000 pessoas, instituindo, durante este período a sua Terceira Ordem, ou Milícia de Jesus Cristo. 
São Domingos morreu em Bolonha, de uma doença fatal que o deixou agonizante durante três semanas.

São Domingos de Gusmão. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-08-27].

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