MONGE COPISTA
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MONGE COPISTA |
Os monges copistas copiavam os livros à mão. A perfeição com que os monges copistas executavam o seu trabalho fazia com que demorassem anos a acabar um livro. Como eram raros e muito caros, os livros estavam muitas vezes presos por uma corrente para maior segurança.
Praticamente só os monges sabiam ler e eram cultos . Dedicavam-se ao ensino . Junto dos mosteiros, tal como junto das sés, criaram-se escolas. As suas escolas eram frequentadas por aqueles que viriam a ser religiosos, mas também por alguns filhos de nobres e comerciantes ricos."O copista escrevia as letras muito apertadas porque o pergaminho custava caro e devia poupá-lo (...) e para economizar espaço o copista abreviava muitas palavras. Em vez de Jerusalém escrevia Jm, em vez de Dominus escrevia Dm".
"O Homem e o Livro" M. Iline
PORQUE É QUE OS MONGES COPIAVAM OS LIVROS?
Havia dois motivos para os monges copiarem livros.
1ª - Ao copiarem os livros, os monges pensavam que estavam a prestar um serviço a Deus, e assim iam para o Céu e não para o temido Inferno.
2ª - Porque naquele tempo, como não havia máquinas, nem tecnologias que copiassem os livros, os monges copistas eram os únicos que tinham a obrigação de copiar os livros para estes não se perderem e podiam ilustrá-los como quisessem.
Alguns desses livros eram gregos e romanos!
O escriba era quem escrevia e copiava manualmente os livros. Utilizava uma pena de ganso mergulhando-a numa tintura de bogalho moído.
Caligrafia e iluminura
O trabalho de cópia dos manuscritos na Idade Média era realizado no interior dos mosteiros, em um quarto chamado scriptorium. Os monges encarregados deste trabalho de cópia dos textos dividiam-se em grupos. Uns estavam encarregados de escrever os códices (pendolistas) e outros, de iluminá-los (miniaturistas).
Os títulos e os vários tipos de letras eram enfeitados ao extremo. A ornamentação da escrita era variada: podia ser antropomórfica (figuras humanas), inspirada em figuras zoomórficas (com motivos de animais), ou podia contar com adornos baseados na tradição dos entrelaçados irlandeses.
A minuciosidade requerida para a elaboração dos manuscritos foi fruto da preferência do cristianismo pela adoção de letras distantes das empregadas na Roma Antiga (como a versal clássica), pois esta escrita era considerada pagã.
Então, os mosteiros privilegiaram a uncial. Nesses tempos, a caligrafia estilizada dos documentos oficiais merovíngios, caracterizada pelo prolongamento das letras acima e abaixo, serviu de modelo para os manuscritos dos mosteiros.
Os textos antigos também foram deformados porque eram grafados em diferentes tipos de escrita, sendo as principais: a capital, da época romana; a uncial; e as escritas nationales, como a lombárdica, a merovíngia e a visigótica.
As influências merovíngia e anglosaxônica resultaram no advento da minúscula, cuja variante irlandesa, com suas características formas angulosas, foi levada à Inglaterra e ao continente pelos frades missionários. Porém, nos séculos VIII e IX, a escrita angulosa foi substituída pela minúscula carolíngia (nome derivativo do imperador Carlos Magno), caracterizada pela clareza de suas formas simples.
À medida que os manuscritos se multiplicavam, crescia a necessidade de tornar a escrita uniformizada, a fim de torná-la inteligível; e a minúscula carolíngia personificava a melhor opção para atingir este objetivo.
A letra gótica, completamente distinta do modelo carolíngio, teve origem por volta do século XI, na Bélgica e no norte da França.
No livro El Arte De La Escritura, organizado pela UNESCO (Paris: Editora da UNESCO, 1965, p.29), há uma comparação entre as escritas carolíngia e gótica e as arquiteturas românica e gótica: "Enquanto a minúscula carolíngia correspondia à arquitetura românica, a gótica apresenta as linhas angulosas e delgadas do estilo gótico.
As curvas se estiram e se quebram; os extremos superiores dos traços se prolongam em espátula, finos perfis angulosos unem entre si os traços generosos".
No século XV, os primeiros impressores tomaram a escrita gótica como modelo, reproduzindo com fidelidade os manuscritos e adotando, inclusive, os ornamentos feitos pelos monges.
Os miniaturistas começavam o trabalho em imprensas, a fim de garantir os enfeites das maiúsculas, que eram pintadas à mão ou gravadas em madeira.
Com o advento da imprensa os caracteres se dividiam em dois grupos: os tipos angulosos, inspirados na minúscula gótica, e os tipos arredondados ou romanos, que tinham como modelo a minúscula carolíngia.
Ainda no século XV percebeu-se o quanto a letra gótica, caracterizada por sua vertiginosa ornamentação, adequava-se melhor aos manuscritos litúrgicos.
Desenvolveu-se, então, uma letra derivativa da gótica e condizente com a simplicidade requerida pelo uso diário: a bastarda.
Havia dois motivos para os monges copiarem livros.
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Monges copistas |
1ª - Ao copiarem os livros, os monges pensavam que estavam a prestar um serviço a Deus, e assim iam para o Céu e não para o temido Inferno.
2ª - Porque naquele tempo, como não havia máquinas, nem tecnologias que copiassem os livros, os monges copistas eram os únicos que tinham a obrigação de copiar os livros para estes não se perderem e podiam ilustrá-los como quisessem.
Alguns desses livros eram gregos e romanos!
O escriba era quem escrevia e copiava manualmente os livros. Utilizava uma pena de ganso mergulhando-a numa tintura de bogalho moído.
Caligrafia e iluminura
O trabalho de cópia dos manuscritos na Idade Média era realizado no interior dos mosteiros, em um quarto chamado scriptorium. Os monges encarregados deste trabalho de cópia dos textos dividiam-se em grupos. Uns estavam encarregados de escrever os códices (pendolistas) e outros, de iluminá-los (miniaturistas).
Os títulos e os vários tipos de letras eram enfeitados ao extremo. A ornamentação da escrita era variada: podia ser antropomórfica (figuras humanas), inspirada em figuras zoomórficas (com motivos de animais), ou podia contar com adornos baseados na tradição dos entrelaçados irlandeses.
A minuciosidade requerida para a elaboração dos manuscritos foi fruto da preferência do cristianismo pela adoção de letras distantes das empregadas na Roma Antiga (como a versal clássica), pois esta escrita era considerada pagã.
Então, os mosteiros privilegiaram a uncial. Nesses tempos, a caligrafia estilizada dos documentos oficiais merovíngios, caracterizada pelo prolongamento das letras acima e abaixo, serviu de modelo para os manuscritos dos mosteiros.
Os textos antigos também foram deformados porque eram grafados em diferentes tipos de escrita, sendo as principais: a capital, da época romana; a uncial; e as escritas nationales, como a lombárdica, a merovíngia e a visigótica.
As influências merovíngia e anglosaxônica resultaram no advento da minúscula, cuja variante irlandesa, com suas características formas angulosas, foi levada à Inglaterra e ao continente pelos frades missionários. Porém, nos séculos VIII e IX, a escrita angulosa foi substituída pela minúscula carolíngia (nome derivativo do imperador Carlos Magno), caracterizada pela clareza de suas formas simples.
À medida que os manuscritos se multiplicavam, crescia a necessidade de tornar a escrita uniformizada, a fim de torná-la inteligível; e a minúscula carolíngia personificava a melhor opção para atingir este objetivo.
A letra gótica, completamente distinta do modelo carolíngio, teve origem por volta do século XI, na Bélgica e no norte da França.
No livro El Arte De La Escritura, organizado pela UNESCO (Paris: Editora da UNESCO, 1965, p.29), há uma comparação entre as escritas carolíngia e gótica e as arquiteturas românica e gótica: "Enquanto a minúscula carolíngia correspondia à arquitetura românica, a gótica apresenta as linhas angulosas e delgadas do estilo gótico.
As curvas se estiram e se quebram; os extremos superiores dos traços se prolongam em espátula, finos perfis angulosos unem entre si os traços generosos".
No século XV, os primeiros impressores tomaram a escrita gótica como modelo, reproduzindo com fidelidade os manuscritos e adotando, inclusive, os ornamentos feitos pelos monges.
Os miniaturistas começavam o trabalho em imprensas, a fim de garantir os enfeites das maiúsculas, que eram pintadas à mão ou gravadas em madeira.
Com o advento da imprensa os caracteres se dividiam em dois grupos: os tipos angulosos, inspirados na minúscula gótica, e os tipos arredondados ou romanos, que tinham como modelo a minúscula carolíngia.
Ainda no século XV percebeu-se o quanto a letra gótica, caracterizada por sua vertiginosa ornamentação, adequava-se melhor aos manuscritos litúrgicos.
Desenvolveu-se, então, uma letra derivativa da gótica e condizente com a simplicidade requerida pelo uso diário: a bastarda.
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